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Richard Clayderman - Matrimonio De Amor .mp3
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sábado

SÓ PARA MEDITAR!

TRÊS CONSELHOS
Um casal de jovens recém-casados era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia, o marido fez a seguinte proposta à esposa:
- Querida, eu vou sair de casa e vou viajar para bem distante, vou arrumar um emprego e trabalhar até que
eu tenha condições de voltar e dar a você uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe de casa, só peço uma coisa: que você me espere e, enquanto eu estiver fora, seja fiel a mim, que eu serei fiel a você.
Assim sendo, o jovem saiu. andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudar em sua fazenda. Ele se ofereceu para trabalhar e foi aceito. Sendo assim, pediu para fazer um pacto com o patrão e este aceitou. Ele disse:
- Patrão, eu peço só uma coisa para o senhor: me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e, quando eu achar que eu devo ir embora, o senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário. Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia que eu sair daqui. No dia em que eu sair, o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.
Tudo combinado, aquele jovem trabalhou durante vinte anos sem férias e sem descanso. Depois de vinte anos, ele chegou para o seu patrão e lhe disse:
- Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.
O patrão, então, lhe disse:
- Tudo bem, nós fizemos um pacto e eu vou cumprir, só que antes eu quero lhe fazer uma proposta, tudo bem?
E o jovem disse que poderia fazê-la. O patrão lhe disse:
- Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro, eu não lhe dou os conselhos e, se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro. Vai para o seu quarto, pensa durante a noite e depois você vem e me dá a resposta.
O rapaz pensou durante dois dias e depois procurou o patrão e lhe disse:
- Patrão, eu quero os três conselhos.
O patrão lhe disse:
- Se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro.
E o jovem lhe disse:
- Patrão, eu quero os conselhos.
O patrão então lhe falou:
1) Nunca tome atalhos em sua vida. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida;
2) Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal;
3) Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.
Após dar os três conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:
Rapaz, aqui você tem três pães. Dois são para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com a sua esposa quando chegar em sua casa.
O rapaz saiu para seguir o seu caminho de volta para casa, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Andou durante o primeiro dia e encontrou um viajante que o cumprimentou e lhe perguntou:
- Para onde você vai?
Ele respondeu:
- Vou para um lugar muito distante, que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.
O viajante lhe disse:
- Rapaz, esse caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é ótimo e você vai chegar em poucos dias.
O rapaz ficou contente e começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho do seu patrão. Então voltou e seguiu o seu caminho. Dias depois, ele soube que aquilo era uma emboscada.
Depois de alguns dias de viagem, achou uma pensão na beira da estrada onde pôde hospedar-se. Pagou a diária e, após tomar um banho, deitou-se para dormir. De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não ouvira um grito e ele disse que tinha ouvido. O hospedeiro disse:
- E você não ficou curioso?
Ele disse que não. Então o hospedeiro lhe falou:
- Você é o único que sai vivo daqui, pois eu sou louco e grito durante à noite e quando o hóspede sai, eu o mato. E lhe mostrou vários cadáveres.
O rapaz seguiu a sua longa caminhada, ansioso por chegar em sua casa. Depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça da sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta da sua esposa. O dia estava escurecendo, mas ele pôde ver que a sua esposa não estava só. Andou mais um pouco e viu que sua esposa tinha deitado em seu colo um homem a quem ela estava acariciando os cabelos. Quando ele viu aquela cena, o seu coração se derreteu de ódio e amargura e ele decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade. Respirou fundo e apressou os passos, quando lembrou-se do terceiro conselho. Então ele parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte ele tomaria uma decisão.
Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse:
- Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes, eu quero dizer para a minha esposa que eu fui fiel a ela.
Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abre a porta e reconhece que é o seu marido, ela se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então, com lágrimas ele lhe diz:
- Eu fui fiel a você e você me traiu.
Ela, espantada, lhe responde:
- Como? Eu não lhe traí, antes o esperei durante esses vinte anos.
Ele lhe perguntou:
- E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?
E ela lhe responde:
- Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, eu descobri que estava grávida e hoje ele está com vinte anos de idade.
Então o marido entrou, conheceu e abraçou seu filho, contou-lhes toda a sua história enquanto a esposa preparava o café, e então sentaram-se para tomar o café e comer o último pão. Após a oração de agradecimento e lágrimas de emoção, ele parte o pão e, ao parti-lo, ali estava todo o seu dinheiro.

Fonte dos textos: Site de Cesar Romão