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quarta-feira

AMOR PELOS LIVROS

Bom Humor e muitos livros: Às vésperas de completar 90 anos, Tatiana Belinky tem seu lugar garantido no pequeno círculo das grandes contadoras de história da literatura infantil brasileira. Acima, em seu escritório

RETRATO DE UMA ETERNA CRIANÇA
POR RITA ALVES

 
Que tal uma história bem contada? Tatiana Belinky é uma expert no assunto. Mas dessa vez o mundo da imaginação foi deixado de lado por ela. A escritora soltou o verbo para falar de si mesma e quem ouviu suas histórias foi o jornalista e dramaturgo Sérgio Roveri. É ele o autor da biografia ...e quem quiser que conte outra da Coleção Aplauso (Imprensa Oficial, 240 páginas, R$ 15).

O livro, escrito na primeira pessoa, traz fotos de diversas épocas e, assim como o jeito delicioso de Tatiana contar histórias, fala da carreira e trajetória da escritora. Estão lá a experiência com o teatro, as adaptações da obra de Monteiro Lobato para a televisão, a família, o aprendizado com as crianças, o marido que encontrou debaixo de uma mesa e muito mais.

O autor diz que levou pouco mais de dois meses de conversa para reunir material suficiente. Os encontros eram feitos sempre nas tardes de terça-feira, na casa dela, e duravam, no mínimo, duas horas. Nessa época, o fim das gravações não era sinônimo de fim de papo. "Depois que a segunda fita terminava, ainda ficávamos conversando um pouco, e eu anotando tudo. Nossos encontros sempre terminavam com um cálice de vinho do porto. Era nestas horas, sempre bem-humorada, que a Tatiana contava as histórias mais engraçadas".

O contato mais próximo com a autora deixou o jornalista impressionado. "Várias coisas me surpreenderam nas declarações de Tatiana, mas principalmente a clareza de raciocínio, a memória prodigiosa e seu grande respeito pela cultura nacional. Fiquei impressionado em ver como uma mulher nascida na Rússia, alfabetizada em russo e alemão, se apaixonou perdidamente pelo nosso idioma, pelo Brasil e pelo nosso estilo de vida, a ponto de se tornar uma referência na literatura infantil".

Roveri conta que as lembranças fluiram de maneira prazerosa, com exceção de dois acontecimentos muito dolorosos para ela: a morte do marido Júlio Gouveia e do filho André, ocorrida na França. Tristeza e saudade vieram à tona nesses momentos. "Mas depois, como uma boa e velha russa batalhadora, até nas entrevistas ela deu rapidamente a volta por cima".